O que a puberdade tem a ver com o professor

O que a puberdade tem a ver com o professor

16 de dezembro de 2022 Professores 0

Devido à variabilidade entre jovens na trajetória de desenvolvimento puberal, no começo da adolescência não se deve focar apenas a idade dos alunos para determinar suas habilidades escolares.

Isso acontece porque o desenvolvimento intelectual e emocional não é só influenciado pela experiência de vida, que aumenta com o passar dos anos.

O estágio da puberdade também impacta a habilidade de aprender e, como discutimos antes, pode variar muito de aluno para aluno.

É preciso dar uma atenção especial aos alunos que passaram por mudanças físicas mais rapidamente em relação aos colegas de mesma idade, assim como aos que ainda não se desenvolveram tanto. Eles terão dificuldades diferentes daquelas do resto da classe, tornando-se mais vulneráveis a vários problemas que podem deixar marcas que carregarão para o resto da vida.

Isso acontece porque as experiências vividas na adolescência mudam a estrutura e o funcionamento do cérebro nessa fase em que o cérebro ainda está em desenvolvimento.

As variações no início e a progressão da puberdade de aluno para aluno podem ser grandes fontes de estresse para eles, por preocupações de que há algo errado, ou por sofrerem com possíveis comentários dos colegas sobre sua aparência.

Professores podem auxiliar na redução desta vulnerabilidade, prestando atenção ao estágio de desenvolvimento de cada aluno e orientando-os sobre as variações normais que acontecem de adolescente para adolescente.

Alunos também podem ser orientados a falar com familiares sobre uma visita ao médico, caso estejam muito aflitos com seu próprio desenvolvimento físico.

Ainda que problemas clínicos relacionados a isso sejam bastante raros, somente os médicos podem avaliar essa questão.

Os médicos avaliam fatores genéticos, nutricionais e a presença de transtornos que podem interferir com a puberdade, caso a caso.

Por exemplo, sobrepeso/obesidade e ser exposto a muito estresse estão relacionados a uma antecipação do início da puberdade em meninas (essa relação em garotos não é tão bem estabelecida).

Diferentemente, ter baixas taxas de gordura, como ocorre em jovens que fazem muito esporte ou são desnutridos, pode postergar o início da puberdade. Há também fatores genéticos envolvidos. Reforçamos que doenças que afetam a puberdade são raras.

As cartilhas gratuitas para adolescentes do Ministério da Saúde (veja abaixo) podem ajudar muito nesse aspecto, já que elas trazem conteúdo confiável e informações apropriadas para essa faixa etária. Há uma versão específica para meninos e para meninas.

A puberdade é um processo natural e que não deve ser fonte de preocupações excessivas. Por isso, vale muito informar os alunos sobre como é a puberdade e que efeitos estão associados a ela.

EQUIPE ADOLE-SENDO

Além disso, os professores devem estar atentos às alterações na vulnerabilidade comportamental dos adolescentes relacionadas ao estágio de desenvolvimento puberal, incluindo dificuldades de atenção/concentração e planejamento, de controlar emoções e ações, entre outros. Esses comportamentos são discutidos em outras abas desse site.

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Referências bibliográficas

Fernandes, E. C. (2015). Saúde do adolescente e do jovem: crescimento e desenvolvimento físico, desenvolvimento psicossocial, imunizações e violência. Recife : Ed. Universitária da UFPE, 58 p. ISBN: 978-85-415-0858-2. Disponível em https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/9260

Schoen, TH, Silva, FC, Vitalle, MSS (2019) medicina do Adolescente – Fundamentos e prática. Editora Atheneu. ISBN: 8538809202

 

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