Saúde mental
Quando algum desses transtornos ocorre pela primeira vez na segunda década de vida, seus efeitos são mais graves e persistentes.
A prevalência de transtornos mentais entre adolescentes já era altíssima no Brasil antes da pandemia: 38% em meninas, 21% em meninos entre 12 e 17 anos. Além disso, embora seja contra-intuitivo, adolescentes de mais alto nível socioeconômico reportam mais desses tipos de transtorno.
Há diferenças sexuais evidentes quanto à ocorrência de transtornos psiquiátricos. Problemas de comportamento na adolescência, como depressão, ansiedade social e transtornos alimentares, são mais comuns nas meninas, ao passo que comportamentos disruptivos (conduta desafiadora, hostil) são mais comuns nos meninos
Assim, o sexo do adolescente também é um importante fator a ser considerado e que reflete diferenças neuroendócrinas que são mais marcadas após o início da puberdade.
Meninas são especialmente suscetíveis, em parte devido a alterações hormonais cíclicas uma vez que passam a menstruar, bem como, potencialmente, pela ingestão de anticoncepcionais hormonais.
Nelas, sinais são depressão associada à ansiedade, fadiga e problemas de concentração. Meninos mostram mais sinais de perda da satisfação em realizar atividades (anedonia).
É importante ensinar as meninas sobre tensão pré-menstrual (TPM) para que possam aprender a manejar os sintomas de depressão e ansiedade que frequentemente aparecem antes da menstruação. Esses sintomas são altamente associados a comportamentos perigosos, como uso de drogas, automutilação e suicídio. Quanto antes houver intervenção, melhor.
Fala-se muito em queda da autoestima na adolescência. Porém, seria talvez mais acertado dizer que a autoestima oscila muito nessa idade. A notícia boa é que ela só tende a subir. Cai mesmo quando temos uns 90 anos.
É responsabilidade dos adultos proteger adolescentes. As emoções são mais fortes para eles, eles têm dificuldade de lidar com elas e são, afinal, inexperientes.
Muitas vezes não percebem que é provável que haja saída para seus problemas. Adultos podem ajudar, mas somente se forem considerados acessíveis, o que só é possível se tratarem os adolescentes com respeito e consideração.
É importante divulgar para jovens a existência do Centro de Valorização da Vida CVV[ , um serviço gratuito que provê apoio emocional e prevenção do suicídio. O atendimento é sigiloso, por telefone, e-mail e chat, 24 horas todos os dias. Adolescentes podem precisar falar com alguém “neutro”, que não conhecem. O importante é que conversem sobre seus problemas, preferencialmente com alguém que tem experiência.
Leia mais sobre:
- Vulnerabilidade na adolescência
- Perda de controle/impulsividade(s)
- Relações interpessoais
- Comportamentos antissociais
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- A importância da autonomia
Links interessantes aprovados pela equipe Adole-sendo
- Estudo que mostra que a prevalência de transtornos mentais foi de 30% em uma amostra de mais de 70 mil adolescentes.
- Antes da pandemia, em média 30% dos adolescentes de 12-17 anos apresentavam indicações de ter transtornos mentais. Maior em meninas (38%) que meninos (21%), maior nos de 15-17 anos (em média 33%) que nos de 12-14 anos (27% em média).
- Fatos sobre a saúde mental no Brasil
- Biblioteca Virtual em Saúde: sobre prevenção de suicídio.
- Ministério da Saúde: sobre prevenção de suicídio.
- Estudo com mais de 70 mil adolescentes que mostra que a prevalência de transtornos mentais é mais alta em indivíduos de maior status socioeconômico.
- Documento da Fiocruz sobre saúde da criança e do adolescente durante a pandemia. Fala de saúde mental, atividade física, sono, dentre outras coisas.
- expressão e dança – Entrementes #11
- Depressão tem cura? Desmentindo vários mitos sobre a depressão
- Dicas para lidar com a ansiedade
Referências bibliográficas
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