Perda de controle/ impulsividade(s)

Perda de controle/ impulsividade(s)

30 de novembro de 2022 Professores 0

Para reduzir comportamentos de risco é útil entender que existem diversos tipos dissociáveis de impulsividade, que variam entre indivíduos.

Embora todos esses tipos de comportamento impulsivo tendam a diminuir com a idade, cada um é associado a diferentes comportamentos de risco.

Em vista disso, adultos podem auxiliar jovens a detectar qual é o tipo de impulsividade que os deixam mais fragilizados.

Isso permite que aprendam mais rapidamente a identificar situações que os colocam em risco

Por exemplo, ao perceber que se perde o controle quando se está chateado, é possível traçar estratégias para reduzir esses comportamentos, como sair de cena ao invés de dar vasão a emoções naquele instante.

Com o ganho de experiência e desenvolvimento das regiões pré-frontais, esses adolescentes conseguirão controlar melhor suas emoções e vontades e tenderão a estar menos propensos a esse tipo de comportamento negativo.

Com a ajuda dos quadrinhos, pretendemos colaborar para que pessoas possam compreender melhor e debater os principais temas da adolescência.

Para explicar sobre diferentes tipos de impulsividade, criamos uma história em quadrinho que ilustra cada um.

Veja nossos quadrinhos, que incluem casos com diferentes tipos de impulsividades explicados logo abaixo.

Para ler todas as histórias da Jovenilda e sua turma, produzidas em conjunto com a equipe do Portal Adole-sendo, acesse aqui.

Para saber mais sobre os porquês dos comportamentos da adolescência nos quadrinhos da turma, clique aqui.

Os tipos de impulsividades ilustrados nas histórias são:

1)      Urgência negativa (personagem Miguel – comer demais quando se está chateado): a tendência para experimentar fortes impulsos quando em condições de afeto negativo (ex. quando chateados, ofendidos). Esse tipo de impulsividade é relacionado ao consumo excessivo de álcool, compulsão alimentar e comportamentos antissociais, como agressividade

2)      Urgência positiva (personagem Naldo – correr risco quando se está animado): a tendência de experimentar fortes impulsos quando se está feliz. Esse tipo de impulsividade é relacionado, por exemplo, a fazer besteiras quando em grupo de amigos e é bastante comum na adolescência, pois a influência dos colegas é grande nessa idade

3)      Falta de premeditação (personagem Dandara – não pensar nas consequências): a tendência de agir sem refletir sobre as consequências de nossas ações, o que é relacionado a problemas acadêmicos

4)      Falta de perseverança (personagem Mário – desistir rápido de fazer coisas difíceis ou chatas): dificuldade de permanecer focado em tarefas difíceis ou entediantes, também relacionada a problemas acadêmicos e procrastinação

5)      Busca de sensações (personagens Kim e Felipe – gostar de fortes emoções): a tendência de buscar experiências novas e emocionantes, relacionada ao consumo de drogas ilícitas e a comportamentos antissociais, bem como outros comportamentos de risco, como vontade de experimentar esportes radicais

SOBRE AUTOCONTROLE

Conseguir se controlar é difícil em qualquer idade. Mas fazê-lo na adolescência exige MUITO, MUITO MAIS ESFORÇO porque o cérebro ainda não está plenamente eficiente quanto a isso nessa idade.

Este fato, porém, explica dificuldades, mas não justifica que fiquem assim para sempre.

Portanto, não quer dizer que menos deve ser solicitado dos adolescentes.

Para que tenham um desenvolvimento adequado, devem repetidamente exercitar essas habilidades, incluindo na escola, porque aprender conteúdo acadêmico raramente é, digamos, “empolgante”.

Em outras palavras, adultos devem funcionar como os lobos pré-frontais dos adolescentes, controlando sua própria impaciência, repetindo orientações, “pegando no pé” e orientando os adolescentes até que eles sejam capazes de fazer as coisas por conta própria.

Isso se aplica a muitas questões relacionadas a controle de impulsos, planejamento, organização e foco, mas também a tantas outras, como autocuidado, controle emocional, etc.

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Referências  bibliográficas

Duckworth, A. L., Gendler, T. S., & Gross, J. J. (2016). Situational strategies for self-control. Perspectives on Psychological Science11(1), 35-55. doi:10.1177/1745691615623247.

Pompeia, S., Inacio, L. M., De Freitas, R. S., Zanini, G. V., Malloy-Diniz, L., & Cogo-Moreira, H. (2018). Psychometric properties of a short version of the impulsiveness questionnaire UPPS-P in a Brazilian adult sample: invariance for effects of age, sex and socioeconomic status and subscales viability. Frontiers in Psychology9, 1059.

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