A importância da autonomia
Assim, mesmo que a maturidade cerebral de adolescentes mais jovens os deixem mais propensos a se arriscar, são os adolescentes mais velhos que se arriscam mais pelo simples fato de que eles têm mais oportunidades de fazê-lo (devido ao menor monitoramento pelos professores e responsáveis).
Portanto, muitos pais controlam seus filhos com o intuito de protegê-los. Porém, isso parece ter consequências negativas por dois motivos:
1) adolescentes tenderão a se arriscar mesmo assim e esconder coisas dos pais;
2) isso não dá oportunidades que aprendam a regular os riscos aos quais eles se expõem.
Assim, um gradual aumento da autonomia durante a adolescência, com apoio de adultos durante esse processo (pais e professores), é essencial para um desenvolvimento pessoal adequado. Maior autonomia também está relacionada a um melhor desempenho acadêmico, a uma maior capacidade de autorregular os comportamentos e redução de tédio. Jovens que têm mais facilidade de autorregular os comportamentos também têm melhor relação com os pais.
Afinal, como poderão aprender como evitar dificuldades e tentações sem que sejam confrontados com situações que conduzam a elas? Se você está incerto sobre quando esse aumento de autonomia deve ser iniciado, saiba que em diversas culturas, a idade a partir da qual os pais começam a reduzir as regras é 12 anos.
É recomendável que, antes disso, sejam negociadas (clara e explicitamente) com os adolescentes quais serão as consequências se quebrarem regras e/ou se meterem em encrencas.
Idealmente, as consequências devem ser determinadas por eles próprios e serem “construtivas” em termos comunitários e que possam aumentar a autoestima (ex. ajudar irmãos e/ou colegas mais jovens ou com dificuldades, participar de atividades como arrumar a escola/casa).
Ademais, adolescentes precisam saber que há espaço para ajuda por parte dos adultos mesmo que tenham feito bobagem. Quanto antes puderem ter suporte nesses casos, menores são as consequências negativas.
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Referências bibliográficas
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