Adolescer em quadrinhos

Adolescer em quadrinhos

19 de agosto de 2022 Material de Divulgação 0

Se você preferir ver tudo sobre este post na forma de um e-book grátis, baixo nosso e-book “Adolescer em Quadrinhos“.

Mas porque usar quadrinhos para falar da adolescência?

Imagens têm sido usadas como forma de comunicação desde os primórdios da humanidade, como é o caso das pinturas rupestres (pinturas em cavernas).

A comunicação através das imagens é ainda mais eficiente quando envolve o humor e/ou promove a reflexão.

Isso faz com que as pessoas fiquem mais dispostas e curiosas para entenderem melhor os assuntos e, inclusive, busquem mais informações sobre a ciência!

Com isso em mente, a equipe do Portal Adole-sendo procurou criar quadrinhos para explicar para jovens quais alterações comportamentais são mais comuns nessa fase da vida e porquê. Parte dos quadrinhos foram usados na aba do Portal que é especial para os adolescentes.

A ideia era usar uma linguagem mais apropriada para esse público.

Explicamos abaixo o que fizemos, com o intuito de divulgar esta iniciativa.

Em seguida aparecem os quadrinhos.

Se estiver sem tempo de ler tudo e quiser só ver os quadrinhos, alguns estão reunidos aqui (Soltando o Verbo com Jovenilda e Jovenilda Confinada) e outros mais recentes (Acordos e Conflitos com Jovenilda), aqui.

Com a ajuda dos quadrinhos, pretendemos estimular pais, educadores e, principalmente, os próprios adolescentes a:

1. compreender mais sobre essa fase da vida; e

2. saber que a ciência tem algumas respostas.

Tudo isso está reunido em nosso e-book gratuito “Adolescer em Quadrinhos“.

EQUIPE ADOLE-SENDO

A história dos quadrinhos

Primeiro, promovemos em 2020 um concurso de representações gráficas sobre como estava sendo “adolescer’ durante a pandemia da Covid-19.

A ideia era verificar, por meio da arte, as vivências de adolescentes sob isolamento social.

Veja aqui no e-book todas as obras vencedoras do concurso.

O livro online também traz informações sobre o júri de especialistas que participaram da seleção, além de reunir achados científicos sobre os impactos do distanciamento social entre os jovens nesse período.

Foi neste concurso que veio à tona a personagem Jovenilda.

QUEM É A JOVENILDA?

A Jovenilda é uma adolescente que está no nono ano do Ensino Fundamental.

Todos os traços da sua personalidade foram escolhidos por um grupo de adolescentes!

Ela adora estudar e sonha em ser jornalista!

Também torce para o São Paulo Futebol Clube…

gosta muito de lasanha, curte SLAM (que são competições de poesias faladas) e Hip Hop, e é negra!

Assim, ela representa boa parte dos jovens brasileiros.

As primeiras tirinhas produzidas por estudantes durante a pandemia estão aqui, no gibi “Jovenilda Confinada”:

Esta obra coletiva foi produzida pelo professor Marcos Roberto da Silva Moreira e seus estudantes da EMEF Joaquim Osório Duque Estrada, da zona Leste de São Paulo.

Ela recebeu “avaliação de destaque” no concurso.

Esses quadrinhos mostram as dificuldades da personagem e de sua turma para se adaptarem à chegada da Covid-19.

Essa população foi bastante prejudicada com o distanciamento e o isolamento social na pandemia, em especial os adolescentes, que não tiveram a oportunidade de estudar adequadamente, tampouco interagir com colegas, o que é essencial nessa idade.

Após o fim do distanciamento social, o Projeto Adole-sendo convidou o Prof. Marcos a fazer novas histórias da mesma turma, mas com base em desafios comportamentais típicos da adolescência que estavam sendo investigados no Projeto.

Soltando o verbo com Jovenilda

Essas novas histórias (‘Soltando o Verbo com Jovenilda’) começam enfatizando os preconceitos da sociedade com os “aborrecentes” e fazem alusão ao aclamado filme “O Clube dos Cinco”, dos anos 1980, que também debate conflitos e questões da adolescência. Mesmo depois de três décadas, você vai ver como os assuntos e os sentimentos trazidos pelo filme ainda continuam bastante atuais!

O preconceito contra adolescentes é comum e generalizado, como ilustra essa passagem de um editorial da revista Nature, um dos mais importantes periódicos internacionais de publicações científicas:

Nós, do Portal Adole-sendo, concordamos que adolescentes merecem mais atenção porque esta fase da vida ainda é muito pouco compreendida, em especial no que diz respeito à sua vulneráveis a muitos fatores.

Daí a importância de compreender a as alterações biológicas, psicológicas e sociais na adolescência e fazer esse conhecimento chegar a todas as pessoas!

Nosso objetivo aqui no portal, e também nos quadrinhos, é dar acesso a informações científicas que explicam como e porque ocorrem mudanças comportamentais na adolescência.

Comportamentos incluem não somente nossas ações, mas também a forma com que pensamos, percebemos e sentimos as coisas.

Esperamos que o acesso à estas informações gere maior compreensão sobre a adolescência e, assim, sejam reduzidos os conflitos vividos por adolescentes com aqueles com quem convivem: pais, educadores, irmãos e outros jovens.

Abaixo, você pode ler o segundo gibi, “Soltando o verbo”, idealizado em parceria entre o professor Marcos e a equipe Adole-sendo.

Para cada um deles discutimos abaixo alguns de seus porquês.

Se preferir ver um pdf com os quadrinhos e explicações científicas, clique aqui.

O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é 1-CAPA.jpg-Fotos.jpg
Soltando o verbo com Jovenilda“, gibi feito em parceria entre o professor Marcos Moreira, que idealizou a personagem, e a equipe Adole-sendo da UNIFESP.

Neste segundo gibi, todas as tirinhas estão interligadas em um trabalho de escola da turma sobre “como é ser adolescente”.

A partir desta tarefa, Jovenilda, que quer ser jornalista, vai entrevistando cada um dos seus colegas de sala e descobrindo sentimentos e fragilidades, mas, principalmente, debatendo as características típicas de sua idade!


JULIETE

A história da Juliete discute dificuldades relacionadas ao sono em adolescentes.

Geralmente, adolescentes costumam preferir dormir tarde, assim como adultos. Isso não é um capricho dos adolescentes. Isso em grande parte acontece por conta de alterações relacionadas a como o corpo funciona nessa idade. É fisiológico.

Contudo, adolescentes ainda precisam dormir mais que adultos.

Os especialistas dizem que precisam dormir cerca de 9 horas por noite, em média!

Como as aulas costumam começar bem cedo pela manhã… o resultado é que adolescentes dormem MUITO menos do que o necessário!

E por que contamos essa história primeiro?

Porque se não dormimos direito há muitas consequências potencialmente ruins:

A falta de sono pode causar problemas imunológicos, aumentar sintomas de depressão e ansiedade e está associada à comportamentos impulsivos e até agressivos. Isso varia, claro, de adolescente para adolescente.

Nem todos são igualmente suscetíveis aos efeitos negativos de dormir pouco. Nisso, e em todo o resto, adolescentes são bem diferentes entre si.

Portanto, cada um deles precisa de um olhar individualizado e especial.


Lívia

A história da Lívia retrata o vaivém da autoestima nessa idade.

Embora adolescentes, algumas vezes, se sintam por baixo, em outras ocasiões acreditam que são o máximo!

E isso é natural por vários motivos.

Eles ainda estão aprendendo como são, como lidar com as coisas, estão tentando se encaixar em seus grupos de amigos e, em paralelo, também precisam dar conta das suas novas responsabilidades.

Além disso, adolescentes ainda são muito vulneráveis a fatores que os deixam tristes. Eles não tiveram tempo, afinal, de ter muitas experiências. Portanto, ainda não tiveram a chance de desenvolver  estratégias para lidar com coisas complicadas e conflitantes.

A boa notícia é que a autoestima aumenta muito rapidamente a cada ano que passa, em especial nessa fase da vida.

Isso foi verificado em muitas gerações e em países diferentes ao redor do mundo.

 


Mudanças na autoestima (tamanho de efeito, d) relativos à idade de 4 ano.
Fonte: Orth et al. Psychological bulletin144(10), 1045 (2018):
estudo com mais de 150 mil pessoas de várias idades, países e gerações.

Ao que parece, a autoestima só cai mesmo quando temos uns 90 anos de idade…

Isso tem sentido.

Quanto mais experiências temos, mais aprendemos sobre nós mesmos e sobre como lidar com as coisas.

Isso aumenta nossa autoconfiança.


Jean

Uma coisa que achamos super legal de pensar é o contraste dessa aparente baixa autoestima retratada na história da Lívia com a audácia que adolescentes têm ao enfrentar novas experiências.

Este aspecto de ser adolescente é ilustrado pela história do Jean.

Ao contrário do que muitos pensam, existe bastante evidência científica de que, em situações de risco em que as consequências são conhecidas, adolescentes e adultos se comportam de forma bem parecida!

Ou seja, quando os adolescentes e adultos sabem quais os riscos que estão correndo eles tomam decisões semelhantes.

– Claro, adultos têm mais experiências, então costumam saber um pouco melhor o que pode dar errado. –

Diferentemente, quando os possíveis resultados de alguma coisa que vamos fazer são incertos, daí os adolescentes têm muito mais disposição a se arriscar do que os adultos!

Em outras palavras, adolescentes têm mais coragem.

Às vezes, dá errado e acontece de se meterem em encrencas.

Este é um “efeito colateral” de ter coragem.

Mas, sem essa coragem, seria muito difícil que eles aprendessem a lidar com a vida e a enfrentar todos os desafios que têm pela frente!


Melissa e Gabriel

De fato, às vezes essa coragem toda da adolescência sai meio errado, como no caso da história do Gabriel.

Com sua identidade escondida nas mídias sociais, ele tem a ousadia de dizer coisas online que não teria se estivesse cara a cara com os colegas, como com a Melissa.

Esse é um dos muitos problemas associados ao uso das mídias na geração atual dos adolescentes.

Por outro lado, esse tipo de comunicação entre os jovens veio para ficar e pode, também, servir de apoio social e emocional para muitos deles.

Ao que parece, os adolescentes estão bem a par, às vezes até muito mais que os adultos, sobre como se protegerem online.

Em todo caso, adultos preocupados com isso devem conversar com os adolescentes a esse respeito.

E tem mais outra coisa importante nessa história:

Não dá para ter certeza de que o Biel sabia realmente quão chateada a Melissa ia ficar!

Adolescentes têm muita dificuldade de interpretar as emoções dos outros.

Não sabem muito bem “ler” as expressões emocionais que mostramos na nossa cara.

Adolescentes também nem conseguem identificar direito as emoções no tom de voz das pessoas.

A dificuldade é maior quando se trata de emoções ruins, como raiva, medo.

Portanto, quando se sentir magoado por umadolescente, diga isso claramente, usando palavras.

As palavras os adolescentes entendem bem!

Não adianta ficar dando indiretas, nem fazendo “caras e bocas”.

Ter essa dificuldade de se colocar no lugar dos outros é normal e costuma melhorar à medida que adolescentes amadurecem e ganham experiências.

Mas daria para eles aprenderem mais rápido se todo mundo dissesse claramente como se sente.


Valentina

A Valentina tem outro desafio… assim como muitos adolescentes, ela tem dificuldade de regular os seus sentimentos

no caso dela, o que mais pega é a Tensão Pré-Menstrual (TMP).

Isso não acontece só em meninas adolescentes.

Esses sintomas também acompanham mulheres adultas. Mas na adolescência é um problema ainda maior, por dois motivos.

  1. Depois que as meninas começam a menstruar seus hormônios sexuais variam ao longo do mês (ciclo menstrual). 

Na adolescência, os ciclos menstruais costumam ser irregulares.

Isso quer dizer que a quantidade de hormônios em cada dia do ciclo varia muito de um mês para o outro.

Portanto, as garotas não sabem quando estão perto de menstruar. Consequentemente, quando ficam mais sensíveis e/ou irritadas por causa da TPM, não conseguem ligar essas sensações aos hormônios.

Isso é ruim. 

Quando elas conseguem fazer essa associação é possível saber que esses sentimentos ruins vão passar logo que menstruarem.

Isso é super importante para que consigam segurar as pontas até que se sintam melhor.

Garotas que querem se conhecer melhor podem usar um aplicativo para monitorar seus ciclos menstruais até que fiquem mais regulares.

Existem muitos apps gratuitos para isso.

2. Na adolescência, garotas, e também garotos, são muito sensíveis ao estresse e à tristeza. Quando isso dura muito tempo e/ou esses sentimentos são muito fortes, pode acontecer o desenvolvimento de depressão.

A depressão que começa na adolescência tende a ser mais grave e durar por mais tempo ao longo da vida.

Assim, adolescentes precisam ser protegidos dessas emoções ruins.

Apoio e paciência dos outros é o que mais importa nessas horas!

E adolescentes devem ser incentivados a pedir ajuda quando se sente assim.

Outras pessoas podem ver saídas para nossos problemas que nós não conseguimos perceber.

Que bom que o namorado da Valentina entende que ela tem TPM! Mas, no geral, esse é um assunto meio tabu, o que não ajuda ninguém…


Isaac

Problemas escolares e familiares na adolescência frequentemente têm a ver com as dificuldades dos adolescentes de planejar e/ou organizar as coisas, como no caso da história do Isaac.

Em parte, isso tem a ver com a falta de responsabilidade e falta de experiências anteriores.

Porém, essas dificuldades são associadas também a uma lenta maturação dos sistemas do cérebro que permitem organizar e planejar.

Nas famílias, isso gera conflito em relação à ajuda que os pais esperam com as tarefas da casa; na escola, está relacionado ao mau rendimento e às notas baixas.

A solução não é só esperar o tempo passar e o cérebro amadurecer.

Pessoas só conseguem ser boas organizadoras quando treinam isso.

Uma coisa que pode ajudar é tentar bolar esquemas para evitar ter que planejar a mesma coisa muitas vezes, porque isso cansa o cérebro adolescente.

Por exemplo, aprender a usar agendas para marcar compromissos, especialmente aqueles fixos (ex. botar o lixo na rua nas terças e sextas); ou fazer listas do que tem que ser levado na escola todo dia, ou listas de qual matéria estudar em cada dia da semana…


Emily

A Emily muda de ideia toda hora sobre o que gosta de fazer.

Embora pareça inconstante, experimentar muitas coisas significa que ela está aprendendo e ganhando muitas experiências, o que é ótimo (em todas as idades)!

Mas, na adolescência, poder treinar várias coisas é melhor, porque o cérebro ainda está em formação.

Isso faz com que seja mais fácil de aprender nessa fase do que na idade adulta.

Além disso, o que se aprende nessa idade fica registrado no cérebro para sempre! 

Só é bom checar se a Emily não está abandonando um hobby logo na primeira oportunidade só porque achou chato ou porque ficou difícil demais… isso pode ser um indicativo de que ela tem a mesma dificuldade que o Mário (veja na história abaixo).

É normal e bastante comum a gente querer evitar o sentimento de tédio ou de que não somos bons em alguma atividade, especialmente na adolescência, que é a fase em que a busca por experiências positivas está no auge na nossa vida.

Mas, quanto mais queremos ser bons em alguma coisa, mais temos que insistir nelas!

E é preciso fazer esforço também para estudar, aprender, regular nossas emoções, aguentar os maus humores dos outros, e etc. etc. e etc…



Existem vários tipos de impulsividade, ou formas de perder o controle. Saber quais nos afetam pode ajudar no desenvolvimento de estratégias para lidar com isso.

Equipe adole-sendo

As histórias a seguir, dos personagens Mário, Miguel, Aline, Ronaldo, Kim e Felipe mostram diferentes consequências de imaturidade: todas têm a ver com o que é chamado genericamente de “impulsividade”.

Veja se você se identifica com alguma dessas formas de perder o controle.

Uma questão importante que vulnerabiliza adolescentes é perder o controle e se arrepender depois (impulsividade).

Pessoas de todas as idades enfrentam isso mas, na adolescência, esse tipo de dificuldade é maior por conta do processo de maturação do cérebro, que regula como a gente sente, pensa e age.


Mário

O Mário tem um traço mais forte de impulsividade chamado “falta de perseverança”.

Ele tende a desistir de fazer as coisas assim que elas se tornam trabalhosas ou chatas.

Ou seja, não insiste, não persevera,  até chegar no fim do que tem que ser feito. Isso, claro, pode não ser muito bom…

Afinal, temos que fazer tantas coisas que não são agradáveis ou fáceis na vida… tipo, estudar, ou praticar as coisas que temos que fazer para passar de ano, e/ou saber fazer alguma coisa bem, como colocar maquiagem ou ser hábil em jogos (videogame, pingue-pongue, futebol). E, até mesmo, precisamos evitar desistir rápido das nossas relações pessoais!

Para tudo isso é necessário fazer força para ter sucesso.

Mas que é duro fazer isso, ninguém questiona, especialmente quando o cérebro ainda está em formação!


Miguel

O Miguel, por exemplo, tem dificuldades de controlar suas ações quando está nervoso.

Ou seja, faz bobagens quando está se sentindo acuado, triste, bravo, etc. Depois… se arrepende!

Esse tipo de impulsividade se chama “urgência negativa”. Arrependimento ajuda a gente a aprender a fazer as coisas de forma diferente.

Mas esse processo envolve aprender como e porque agimos da forma como agimos e quais são as alternativas que existem. Isso é demorado e difícil…


Dandara

Já a Dandara não pensa nas consequências do que faz.

Vai agindo e pronto, sem ver no que vai dar depois. 

Esse tipo de impulsividade se chama “falta de premeditação”.

Isso pode colocá-la (e às vezes até outras pessoas) em risco, como também acontece com alguns outros tipos de impulsividades discutidas aqui.

Por exemplo, a Juliete, que você pode ler aqui, bem que podia pensar que vai ter sono na aula se dormir muito tarde…

O Gabriel, devia pensar nas consequências dos seus atos para a vida dele e, principalmente, para a vida da Melissa, contra quem ele fez cyberbullying!

E o Ronaldo, então, na história que você pode ler aqui… devia pensar no que pode acontecer se não tomar cuidado quando resolve beber, e dirigir…

Dá para os adolescentes pensarem nas suas responsabilidades, mas é bem mais difícil do que para os adultos, porque adultos já têm um cérebro maduro!


Naldo

Embora o Ronaldo seja um pouco mais velho que a turma e tenha idade para beber bebidas alcoólicas, ele vacila.

Resolveu voltar da festa de moto, mas está meio bêbado.

Isso é bem complicado.

Não dá para dizer que ele não sabe que não se deve dirigir nesse estado.

Ele sabe!

Mas o estado de euforia dificulta que ele controle suas decisões. Outra coisa comum feita por pessoas com essa característica é gastar dinheiro demais ou fazer apostas imprudentes quando estão “naquela felicidade”.

O pior é que as bebidas alcoólicas atrapalham a nossa capacidade de se perceber nossos limites.

A gente se acha meio invencível mesmo e fica sem noção.


Felipe e Kim

Agora, o Felipe e a Kim vivem uma história marcada por uma das características mais naturais da adolescência: a busca por sensações fortes e positivas.

Isso é biológico e mais forte nessa fase  da vida em comparação à infância e à idade adulta.

Faz parte disso experimentar emoções, como se apaixonar, o que costuma acontecer pela primeira vez, e de forma muito intensa e inesquecível, na adolescência.

O ideal é que essas emoções e experiências sejam vivenciadas, claro.

Mas precisam ocorrer de forma segura. Só que isso exige habilidades que ainda estão amadurecendo na adolescência:

1. a capacidade de frear vontades, por conta da imaturidade cerebral; e

2. a falta de experiência em como lidar com as coisas.

Que pena que, nessa idade, pode acontecer de haver consequências bem complicadas das coisas que fazemos, mesmo que sejam naturais e façam parte dos direitos dos adolescentes

Adolescentes, portanto, precisam de muito apoio, de todos em seu entorno, amigos e familiares. Precisam disso enquanto aprendem e seu cérebro amadurece.


Uma nota final (à adolescentes e adultos)

Enfim, sem sombra de dúvidas, é difícil ser adolescente….

Eles e elas têm que aprender a lidar com muitas novidades e muitas emoções!

E é natural que experimentem coisas novas o tempo todo e que, às vezes, se metam em enrascadas.

Com o trabalho da Jovenilda foi possível discutir alguns aspectos desses comportamentos que são comuns a muitos adolescentes.

Para ler todas essas histórias em quadrinhos, clique aqui.

Outro ponto importante é que cada adolescente é diferente. Não dá para generalizar.

Atenção para a Jovenilda!

Sensível, organizada, líder, responsável e cheia de atitudes colaborativas em relação aos amigos, como nesses quadrinhos, assim como em relação à sua própria família (veja como ela foi na pandemia, em histórias elaboradas por adolescentes participantes do Concurso Adole-sendo na Pandemia).

Qual será o fraco dela? Aguarde novas histórias e/ou sugira algumas para a Equipe Adole-sendo.

O desenvolvimento dos adolescentes é melhor quando há abertura, diálogo e muita (MUITA) paciência e apoio dos adultos para tudo, inclusive para resolver situações complicadas nas quais se metem, às vezes…

Isso, claro, faz a vida de mães, pais e professores também ser desafiadora.

Esses adultos querem proteger os adolescentes, mas precisam de tempo para entender que não podem, conseguem, nem devem controlar todos os aspectos da vida desses jovens: porque a vida dos adolescentes deve ser vivida por eles próprios!!

Adultos também precisam de tempo para reinventar seus papeis, pois essa ajuda que devem dar aos adolescentes é diferente da ajuda prestada aos adolescentes quando eram crianças.

É fato que adultos custam a se acostumar com as transformações rápidas dos adolescentes e também precisam superar os preconceitos e medos que têm.

Por causa disso, facilita bem a vida quando o adolescente também tem paciência com os adultos!!

Ou seja, nessa passagem para e pela a adolescência, todo mundo precisa ter jogo de cintura para se adaptar.

Isso tudo parece muito complicado, mas dá bem certo quando adolescentes têm apoio: a grandíssima maioria deles se desenvolve super bem e a maior parte dos conflitos entre geração passa em alguns anos!!

Para ler todas as histórias que leu até aqui, clique aqui.

Assista aqui ao vídeo de lançamento das histórias em quadrinhos que ocorreu em 2022 na escola onde surgiu a “turma da Jovenilda”. Esse vídeo foi produzido por uma aluna do ensino médio.


Tem mais HQs da Jovenilda? Tem!

Você percebeu que não teve uma história específica de dificuldades da Jovenilda?

Nos quadrinhos que leu até aqui ela se mostra organizada, líder e responsável.

Ela também deu o maior apoio em casa durante a pandemia (veja a história da Jovenilda Confinada).

Mas então… qual será o fraco dela?

Veja o próximo post referente às HQs “Conflitos e Acordos”

Nesses quadrinhos novos, além de falarmos dos fracos da Jovenilda, discutimos como os adolescentes podem se ajudar.

Com base com o que você leu até aqui, você já deve conseguir identificar algumas questões comuns da adolescência (ex., a dificuldade de se colocar no lugar dos outros, os limites de cada um… etc.).  


Atenção: alguns de nossos colegas escreveram um e-book gratuito sobre como conviver com emoções, para adultos e adolescentes!

Confiram!

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *